quinta-feira, junho 21, 2007

Playstation Home avança na linha do Second Life

Publicada originalmente no Webinsider:

A publicidade em games vem crescendo, como novos modelos de negócio e a nova fronteira aberta pelos jogos MMOG, onde milhares de pessoas online participam do mesmo ambiente virtual.

Por André Ursulino

Falar de publicidade dentro de games muitas vezes se confunde com falar de publicidade na internet - as dúvidas são parecidas e as respostas, muitas vezes, também. As pessoas que verão o anúncio são verdadeiramente qualificadas? A segmentação e o direcionamento da mensagem de acordo com o perfil do usuário são uma realidade? As métricas para cálculo de retorno são mesmo mais confiáveis?

Mesmo com quase todas as respostas acima positivas, o grande impulso à publicidade online só foi dado quando alguns veículos assumiram o risco: o anunciante desenvolve o produto; seleciona o meio, os canais e os filtros para a segmentação; desenvolve a criação, redige a mensagem. E o veículo de comunicação - o site - aposta. Só lucra com o uso de seu espaço e de seu acesso a determinado perfil de consumidores se o publicitário convencer o usuário a clicar.

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Apesar do sucesso dessa fórmula, a publicidade nos games vem caminhando mais próxima da publicidade tradicional e dos grandes portais da web, que vendem não só o espaço, mas o acesso ao consumidor. O uso que o anunciante vai fazer desse acesso e a eficácia da mensagem, não entram na conta. Difícil afirmar se há um modelo certo e outro errado. Em tempos de caudas cada vez mais longas há espaço para todo tipo de iniciativa no mercado.

Artigo recente publicado no Advertising Age (para cadastrados ou assinantes) aponta os games online como o novo filão da publicidade na internet. Segundo o artigo, foram investidos US$ 150 mi para veiculação de publicidade dentro de jogos online no ano de 2006. Em 2005 esse número chegava a US$ 124 mi.

Com o crescimento, alguns fabricantes de jogos alteraram seu modelo de negócio. Antes, publicavam na web demos jogáveis para gerar interesse na compra do jogo. Agora, publicam o jogo na íntegra buscando aqueles que só querem jogar, não comprar um jogo. Neste modelo de empresa, a viabilidade financeira do negócio vem do dinheiro dos anunciantes.

Outro estudo, esse da Screen Digest, afirma que o mercado ocidental de jogos online atingiu seu primeiro bilhão de dólares em 2006, com quase 60% vindos dos Estados Unidos, 30% da Europa e 10% do resto do mercado ocidental. A pesquisa mostra que 87% do faturamento ainda é proveniente de mensalidade paga pelos gamers, mas que ganhos com publicidade e com a venda de itens virtuais tem mais destaque a cada ano.

O uso da internet como uma grande plataforma para serviços permite à indústria dos jogos eletrônicos oferecer aos seus consumidores e usuários o que era a grande promessa de anos atrás, a realidade virtual. Não é a intenção falar aqui de questões sociais e psicológicas inerentes às experiências em MMOG, mas sim lançar luz sobre as iniciativas da indústria no uso desse formato. MMOG vem de Massive Multiplayer Online Game, onde muitos jogadores (centenas, milhares) podem atuar simultaneamente dentro do mundo criado pelo jogo, no mesmo servidor.

No início de março a Sony mostrou na Game Developers Conferece o Playstation Home, uma espécie de MMOG para PS3. Mais que um simples espaço para encontro e confronto, como já há hoje para quase todos os consoles no mercado, o Playstation Home é uma comunidade virtual que se pretende um grande jogo metalingüístico. Vale uma conferida no vídeo de apresentação para entender melhor do que se trata. É mais que o Second Life.

Integrado ao console da fabricante, tem tudo para ser não só uma plataforma de serviços, mas uma grande plataforma de negócios. Distribuição de conteúdo digital como se fosse uma experiência real. O Playstation Home dependerá da internet como base para seu desenvolvimento, mas venderá acesso ao consumidor como em veículos tradicionais. [Webinsider]

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Sobre o autor

André Ursulino (aursulino@espm.br) é professor universitário, atua com desenvolvimento de produtos para uma emissora de TV e é colunista do Gamecultura.

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3 Comments:

At 4:55 PM, Blogger Gui Loureiro said...

Fala Marcelo,

o In Game Advertising vai muito além do que apenas os MMOGs, podemos veicular não apenas nos Massive, como também publicidade em sites de jogos online e ainda mais, em consoles de Videogame.

E a força que está tomando isso é incrível, tanto a Microsoft quanto o Google, compraram cada uma um Adserver especializado para esse tipo de mídia, hoje, um anunciante não precisa mais fechar contrato com um jogo que vai ser lançado daqui há 2 anos e cuja publicidade pode se tornar ultrapassada, os consoles que possuem conexão online, se estiverem dentro da rede tanto da Massive, quanto do Adscape, poderão receber publicidade dinamicamente.

E eu bato na tecla que esse tipo de publicidade é um novo conceito de behaviour targeting, vc consegue analisar o conceito dos jogos e determinar assim o perfil do jogador.

Além disso, se vc pensar que, tanto os MMOGs, os jogos casuais e os jogos para console com conexão a Internet, possuem um cadastro de cada jogador, a força que esse tipo de mídia tomará com o tempo, vai ser enorme.

Abraços

 
At 1:35 AM, Blogger Marcelo Andrade said...

Olá Guilherme,

Concordo contigo. Acho que alguns altos executivos deveriam passar mais tempo com os seus filhos, jogando videogames online..rsrs... Só assim poderão ter alguma noção desta forma de comunicação e relacionamento que estamos falando.

Vlw.
[]s

 
At 9:47 AM, Blogger Gui Loureiro said...

Não sei se vc já viu essa pesquisa aqui: http://www.ingameaddiction.com/2007/09/o-que-o-seu-chefe-funcionrio-anda.html

É exatamente isso que vc falou.

[]s
Guilherme

 

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